O Fluminense superou-se, primeiro, e manteve-se sólido, depois, para vencer no tempo extra o Boca Juniors (2-1) na final da Taça Libertadores de futebol, assegurando o primeiro título com o selecionador do Brasil Fernando Diniz como treinador.
No Maracanã, o argentino Germán Cano, o principal goleador do torneio, marcou aos 36 minutos, mas o ex-jogador do Vitória de Setúbal, Luís Advíncula, igualou aos 72, forçando o tempo extra. Foi nesse período que John Kennedy (99), que posteriormente foi expulso, deu a vitória ao conjunto ‘tricolor’.
Além de Kennedy, expulso por acumulação de cartões amarelos aos 102, o segundo por celebrar o golo, também Fabra foi expulso aos 105+7 por agredir um adversário.
Enquanto o ‘Flu’ conquistou o seu primeiro título na segunda final disputada, após a derrota de 2008, o Boca permanece com seis títulos, perdendo a sua 13ª final e não vencendo desde 2007, tendo saído derrotado nas finais de 2012 e 2018.
O jogo foi decidido por momentos de inspiração de alguns jogadores, sendo o primeiro a destacar-se Germán Cano, com o seu 13º golo pessoal nesta edição da Libertadores.
Keno, um dos jogadores experientes do conjunto brasileiro, juntamente com o capitão Felipe Melo e Marcelo, rompeu pela direita e cruzou para o remate do avançado.
A equipa do Boca Juniors começou a mostrar mais ofensividade na segunda parte, com Advíncula a ficar perto do golo aos 56 minutos, quando a equipa já estava por cima.
Foi o lateral direito a fazer a diferença, com um remate de pé esquerdo de fora da área que empatou a partida, equilibrando o jogo e tornando-o mais calculista, com o ‘Flu’ a ter mais posse de bola, ao estilo ‘dinizista’, e o Boca na expectativa.
O uruguaio Merentiel esteve perto de marcar aos 89 minutos num remate de longa distância, com a estrela Cavani no banco, e depois Diogo Barbosa, que substituiu Marcelo na equipa brasileira, teve a oportunidade de vencer aos 90+4, mas desperdiçou com um lance difícil de explicar, levando o jogo para o prolongamento.
No tempo extra, à medida que as pernas se desgastavam, o jogo estava cheio de ‘repelões’, e foi num desses momentos, mais uma vez com Keno, que John Kennedy marcou o golo, num excelente remate que não deu hipóteses a Romero.
Pouco tempo após esse golo, aos 99 minutos, Kennedy foi expulso por um segundo cartão amarelo, dado por celebrar com os adeptos num Maracanã eufórico pela proximidade do primeiro título do clube.
Aos 111 minutos, Fábio defendeu um remate de longe de Taborda, mas o jogo prosseguiu sem oportunidades claras de golo, principalmente para um Boca ‘apagado’ e pouco criativo, embora Guga pudesse ter feito o 3-1 aos 115, acertando no poste.
No final, tirando uma agressão de Fabra que o levou para fora do campo, num jogo tipicamente ‘quente’, não houve drama no apito final que levasse a uma nova decisão por grandes penalidades, o método que os argentinos usaram em toda a fase eliminatória, incluindo nas meias-finais, eliminando o Palmeiras de Abel Ferreira.
Para Diniz, que permanece no cargo até à chegada de Carlo Ancelotti à seleção brasileira, o título representa a primeira grande conquista da sua carreira, caracterizada pelos elogios ao bom futebol (que levaram ao ‘Dinizismo’), mas pela ausência de um troféu de destaque.
Agora, ao lado de títulos como o Paulista, o Carioca e a Taça Guanabara, encontra-se a Libertadores, o primeiro título do ‘Tricolor das Laranjeiras’ e o quinto seguido para o Brasil, que está a quatro títulos dos 25 da Argentina.
O resultado coroa a dedicação dos veteranos e jovens ao clube, com lágrimas visíveis em Felipe Melo e Marcelo, este último campeão cinco vezes da Liga dos Campeões com o Real Madrid e emocionado como se fosse a sua primeira final continental.
O Boca Juniors, por outro lado, esteve perto de fazer história, pois ao conquistar o troféu igualaria o Independiente, também da Argentina, com sete títulos, o máximo histórico da competição.
A terceira derrota consecutiva em finais significa mais um ano de espera, prolongando o longo período desde o último título em 2007, deixando ainda o ‘Flu’ a caminho das próximas duas edições do Mundial de Clubes e da Recopa Sul-Americana.